Reciclagem de rochas – como o planeta transforma sua superfície

Você sabia que a superfície da Terra está em constante renovação e que as diferentes rochas que se encontra podem ter passado por uma longa história desde a formação do planeta? Como diz aquela famosa frase que, no Universo nada se cria, tudo se transforma, a nossa geologia não podia estar fora dessa. Pois é, a Terra está numa constante reciclagem de todo o material de sua superfície, processo chamado de “o ciclo das rochas”. 

Para entendermos nosso planeta é necessário saber primeiro como são formados seus três tipos principais de rochas: as ígneas, as metamórficas e as sedimentares. É necessário entender também todo o ciclo pelo qual passam, isto é, os processos controlados pela Tectônica de Placas que, juntamente com o clima, convertem cada uma dessas rochas em um dos outros dois tipos. 

Os tipos de rochas 

As rochas ígneas são aquelas formadas pela cristalização (solidificação) do magma, que nada mais é do que a fusão de rochas nas profundezas da crosta terrestre e no manto superior. Elas podem ser divididas em dois grandes tipos conforme o tamanho de seus cristais: as rochas ígneas intrusivas (possuem cristais grandes devido ao resfriamento em certa profundidade da crosta) e as rochas extrusivas (formadas pelo rápido resfriamento do magma que chegou na superfície, possuindo cristais pequenos). 

As rochas sedimentares são aquelas formadas pelo depósito de sedimentos provindos de rochas que, por ação do intemperismo, foram desintegradas em partículas que são, posteriormente, transportadas pelos processos de erosão. 

As rochas metamórficas são aquelas resultantes da modificação por recristalização ou reações químicas de qualquer tipo de rocha, seja ígnea, sedimentar ou outras metamórficas. São produzidas a altas temperaturas e altas pressões nas profundezas da Terra. 

Como ocorre o ciclo 

Os três grupos estão inter-relacionados no ciclo das rochas, que pode ocorrer de várias maneiras. Um exemplo é o início pela subducção (movimento no qual uma placa se afunda para baixo da outra, mais densa) de uma placa oceânica em uma placa continental, processo pelo qual, inclusive, é originada uma cadeia de montanhas vulcânicas, como a Cordilheira dos Andes. A placa que subducta se funde à medida que se afunda para baixo da outra. O magma ascende da placa fundida e extravasa como lava, que se esfria e forma as rochas ígneas extrusivas (que podem ganhar o nome de rochas vulcânicas também), ou intrude na crosta, cristaliza-se e dá origem às rochas ígneas intrusivas (ou rochas plutônicas). 

O Ciclo das Rochas. Esquema ilustrativo de um exemplo de ciclo. Fonte: http://staffsites.slcschools.org/jsnow/Labs/8Labs/RockCycleLab/RockCycle.html 

No movimento de subdução de uma placa, as rochas ígneas formadas, bem como as rochas sedimentares e metamórficas, são soerguidas (trazidas para profundidades menores na crosta) no processo que origina as montanhas, a orogênese. Quando elas sofrem a ação dos processos de intemperismo e erosão, suas partículas são desagregadas e sofrem algum tipo de transporte, seja por ação de ventos, rios ou chuvas. 

Os sedimentos carregados são depositados como camadas no solo paralelas umas às outras, as estratificações, tanto no continente como no oceano. Ao passar do tempo, essas camadas são soterradas e litificadas pelos processos de compactação e cimentação, formando as rochas sedimentares. Quanto mais camadas de sedimento vão se acumuluando, mais soterradas e fundas as primeiras camadas vão ficando, devido ao peso das camadas sucessivas. Quanto mais profundas ficam, maior a temperatura e pressão a que serão submetidas. Consequentemente, estas rochas sedimentares sofrerão metamorfismo. Com mais calor ainda, estas rochas se fundem formando o magma, que pode extravasar num outro processo de orogênese, recomeçando o ciclo. 

O ciclo das rochas pode ocorrer de várias maneiras, dependendo dos processos que ocorrem nas rochas envolvidas. Porém, o mecanismo sempre depende da Tectônica de Placas, ou seja, da movimentação das placas continentais e oceânicas que compõem a superfície do nosso planeta, cujo motor são os movimentos de convecção do magma que ocorrem no manto. 

Este ciclo nunca tem fim! As rochas que compõem a Terra estão sempre sendo recicladas nos processos de soerguimento e erosão de montanhas, depósitos e soterramento de sedimentos, etc. Assim, a área da superfície do planeta é sempre conservada e são produzidas as inúmeras feições geológicas e paisagens da natureza, bem como todas as rochas e minerais que enriquecem o nosso chão! 

Gostou do artigo?

Share on facebook
Compartilhe no Facebook
Share on twitter
Compartilhe no Twitter
Share on linkedin
Compartilhe no Linkedin
Share on pinterest
Compartilhe no Pinterest

Deixe um comentário